Ministro da Saúde destaca qualidade e rapidez do circuito do medicamento em Portugal.

A capilaridade das farmácias e a rapidez e segurança garantida pelas empresas do setor da distribuição farmacêutica fazem com que Portugal seja um exemplo na área de acesso ao medicamento. Esta foi uma das principais mensagens deixada pelo Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, que na quarta-feira, dia 11 de outubro, presidiu à Sessão de Abertura do II Congresso da Distribuição Farmacêutica.

O Ministro da Saúde começou por recordar as grandes dificuldades vividas nos últimos anos, por efeito da pandemia da Covid-19, para agradecer o trabalho dos distribuidores farmacêuticos, que continuaram a conseguir assegurar o abastecimento do mercado, mesmo em cenário de grande incerteza e instabilidade.

Para o governante, a pandemia permitiu testar, melhorar e aprofundar parcerias que é importante continuar a alimentar, sobretudo no que diz respeito a facilitar a vida das pessoas. “Ninguém nos perdoaria se não fossemos capazes de continuar a aprofundar os nossos esforços colaborativos e se não fossemos agora capazes de aproveitar essas experiências para ir mais longe nas respostas que damos às pessoas”, disse Manuel Pizarro.

O Ministro aproveitou a ocasião para fazer um balanço do papel do Serviço Nacional de Saúde na sociedade portuguesa, recordando os ganhos em saúde que tem proporcionado, nomeadamente em termos de aumento da esperança média de vida. “Hoje somos capazes de tratar, melhorar a qualidade de vida e curar doenças cuja esperança de resposta efetiva era muito reduzida no passado. Mas isso cria também uma pressão aumentada sobre os sistemas de saúde e gera muitas necessidades não satisfeitas, mesmo quando SNS está a fazer mais do que alguma vez fez”, frisou Manuel Pizarro.

O governante entende que a dimensão da promoção da saúde tem de ter outro peso, e também o setor da farmácia tem aqui um papel importante na prevenção da doença e adesão à terapêutica, disse. “A fileira da indústria da distribuição e das farmácias não pode ser desvalorizada”, acrescentou, defendendo que podemos ir mais longe nas parcerias.

A este propósito, lembrou que está prestes a concretizar as medidas que anunciou há um ano: permitir a dispensa nas farmácias comunitárias de mais medicamentos fornecidos até agora apenas nos hospitais, e permitir a renovação automática pelos farmacêuticos da medicação para doenças crónicas. “Temos recursos humanos altamente diferenciados”, justificou, lembrando o sucesso que está a ter a vacinação contra a gripe e a Covid-19, que decorre pela primeira vez em parceria com 2500 farmácias.

“Milhões de portugueses podem beneficiar de serviços em maior proximidade, com mais sucesso na reconciliação terapêutica”, reiterou o Ministro da Saúde, comprometendo-se a trabalhar de perto com o setor, para assegurar estabilidade e colaborar em processos essenciais como a descarbonização.

Por outro lado, o Ministro elegeu a despesa com medicamentos como um desafio que também tem de ser gerido em conjunto. Na área do medicamento, estamos também a crescer a dois dígitos na despesa, o que não é um caminho que possamos seguir indefinidamente.

Em medicamentos nos Hospitais e em ambulatório, o SNS investiu cerca de 3,3 mil milhões de euros em 2022 (aproximadamente 25% da despesa pública em saúde estimada para esse ano). “Esta é uma fonte muito significativa de despesa. Há um grande esforço de investimento na inovação, que tem risco, e que tem de ser remunerado. Mas também temos de ter consciência de que é preciso equilíbrio e sustentabilidade financeira”, concluiu.

De: https://www.sns.gov.pt/noticias/2023/10/13/distribuicao-de-medicamentos/