Designa-se por antibiótico um fármaco cuja função é tratar infeções causadas por microrganismos bacterianos. As explicações são da médica e professora universitária Antonieta Dias, especialista em Medicina Geral e Familiar.

Os antibióticos são substâncias farmacológicas usadas com fins terapêuticos, tendo por si só indicações específicas e devem ser utilizados com muita cautela. É da exclusiva responsabilidade médica a sua prescrição, com base no diagnóstico.

Compete ao médico investigar a presença ou não de alergias aos antibióticos no doente. O médico deve ainda explicar as doses adequadas do medicamento, o horário rigoroso das tomas, o tempo necessário para o tratamento e os efeitos adversos dos medicamentos prescritos.

Os antibióticos atuam sobre as bactérias de duas formas: destruindo-as, designando-se esta ação como bactericida, ou inibindo a sua replicação, agindo assim como bacteriostáticos. Logo, os antibióticos não destroem os vírus.

Os antibióticos devem ser usados quando indicados e a seleção do grupo /classe tem de corresponder à sensibilidade da bactéria em causa, constituindo assim um ato médico de relevo, para o qual é imprescindível o conhecimento científico da doença, do fármaco de eleição para o seu tratamento bem como a tipologia do doente ao qual vai ser aplicado tendo em conta as características individuais.

Prevenção

Podem ainda ser utilizados na profilaxia antibiótica (antes da realização de uma cirurgia), para prevenir o aparecimento de infeções operatórias. São causa frequente de resistência se forem usados de forma inadequada, sendo por isso de vital importância a seleção correta do fármaco para o tratamento que se pretende instituir ao doente.

Com base nas orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 50% dos antibióticos prescritos são feitos de forma inadequada, sendo esta a principal causa de resistência antibiótica.

Em Portugal existe legislação específica na competência da prescrição terapêutica, sendo a mesma da responsabilidade médica, prevendo a penalização na venda ilegal de antibióticos sem receita médica. Todavia, infelizmente continuam a ser feitas vendas ilegais (sem a respectiva receita medica).

Compete ao Infarmed (Instituto Público), fazer a fiscalização destas situações o que nem sempre é fácil. Portugal é um dos países da Europa em que as taxas de resistência aos antibióticos são elevadíssimas.

Em consequência destes dados e preocupado com este grave problema foi criado em Portugal o Programa Nacional de Prevenção das Resistências aos Antibióticos (PNPRA), com a intenção de diminuir a taxa de resistência aos mesmos e com o objetivo de sensibilizar os profissionais (médicos), e as pessoas que os utilizam indevidamente (sem a respetiva prescrição médica), para a necessidade do uso racional dos antibióticos.

Cabe assim a todos os intervenientes neste processo a responsabilidade do uso dos antibióticos de forma criteriosa e sensata.

Em suma, os antibióticos são indispensáveis no tratamento das infeções, porém devem ser obrigatoriamente prescritos pelos médicos, que deverão fazê-lo com base na evidência científica, respeitando sempre as recomendações para este ato médico e agindo escrupulosamente de acordo com a “legis artis”.

As explicações são da médica e professora universitária Antonieta Dias, especialista em Medicina Geral e Familiar.

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