Os casos positivos para o vírus da gripe continuam a aumentar e na última semana os laboratórios reportaram 260 casos, o número mais elevado desde o início da época de vigilância, segundo o Instituto Ricardo Jorge.
De acordo com o boletim de vigilância epidemiológica da gripe e outros vírus respiratórios do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), desde o início da época de vigilância, em 30 de setembro, os laboratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe identificaram 1.052 casos.
Só na última semana foram identificados 260 casos positivos para o vírus da gripe, o que representa cerca de um quarto do total de infeções reportadas desde o final de setembro. Desses, 240 são do tipo B e 20 são do tipo A.
Ao longo do mesmo período, os laboratórios reportaram ainda cinco casos de co-deteção do vírus da gripe e SARS-CoV-2.
A tendência de aumento do número de casos de gripe nas últimas semanas reflete-se também nos dados reportados pela rede de vigilância sentinela, que analisou 274 casos de infeção respiratória aguda e síndrome gripal e detetou 18 casos de gripe — 14 do tipo B e quatro do tipo A.
Dos 18 casos detetados desde o final de setembro, 11 registaram-se nas últimas três semanas.
No âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe foram ainda identificados na época 2024/2025 nove casos de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2 e três casos de Vírus Sincicial Respiratório (RSV).
Na semana passada, foram admitidos 60 casos de infeção respiratória aguda grave nos hospitais e unidades locais de saúde, com uma taxa de 7,7 por 100 mil habitantes, segundo o boletim de vigilância, que confirma “uma tendência crescente”.
No âmbito da rede de hospitais para a vigilância clínica e laboratorial da gripe em unidades de cuidados intensivos, não foram reportados casos de gripe pelas 18 unidades que enviaram informação na última semana.
“Desde o início da época, foram reportados sete casos de gripe pelas UCI que colaboram na vigilância, tendo sido identificado o vírus Influenza B em seis casos e o vírus Influenza A (não subtipado) num outro caso”, refere o relatório.
Dois dos doentes tinham entre 55 e 64 anos, três tinham entre 25 e 34 anos, um tinha 65 ou mais anos e um tinha entre 03 e 05 anos, sendo que, do total de casos, cinco tinham doença crónica subjacente e cinco tinham recomendação para vacinação contra a gripe sazonal, nenhum dos quais estava vacinado.
Os hospitais reportaram, desde o final de setembro, 88 casos de internamento por infeção por vírus sincicial respiratório em crianças menores de 24 meses, quatro dos quais na semana passada.