ULS Gaia e Espinho realizou pela primeira vez em Portugal um tratamento de implantação de prótese da válvula mitral.
O Serviço de Cardiologia da Unidade Local de Saúde Gaia e Espinho (ULSGE) realizou, no passado dia 19 de novembro, pela primeira vez em Portugal e no Serviço Nacional de Saúde (SNS), um procedimento inovador de implantação de prótese da válvula mitral, exclusivamente por via percutânea. Este procedimento coloca o Serviço de Cardiologia da ULS Gaia e Espinho entre os poucos centros mundiais a utilizar a técnica Cardiovalve®, garantindo assim a excelência de cuidados diferenciados no SNS.
De acordo com a ULSGE, até à realização deste procedimento pioneiro, o mesmo apenas tinha sido aplicado em cinco centros de cardiologia a nível mundial, e realizado em menos de 15 doentes. Desenvolvida em colaboração com uma equipa internacional de engenheiros e médicos, a Cardiovalve® oferece uma alternativa menos invasiva à cirurgia tradicional de peito aberto. Recorrendo à utilização de um cateterismo através de uma veia da perna, o procedimento reduz significativamente os riscos associados, acelera a recuperação e dá uma nova esperança a doentes considerados intratáveis ou inoperáveis.
O cardiologista Bruno Melica, membro da equipa responsável pela intervenção, destacou que “este procedimento representa um grande avanço para a medicina cardiovascular, pois graças à tecnologia sofisticada do sistema Cardiovalve® e à experiência da nossa Equipa do Coração (Heart Team), foi possível implantar uma prótese na válvula mitral de forma completamente percutânea, sem necessidade de incisões cirúrgicas”. Para o cardiologista, “este pode ser o primeiro passo para a revolução do tratamento da válvula mitral, e o Serviço de Cardiologia da ULS Gaia e Espinho está na linha da frente para dar uma resposta adequada no Serviço Nacional de Saúde”.
A realização deste procedimento inovador foi acompanhada por médicos cardiologistas de Israel, Espanha e Itália, que receberam formação para implementar a técnica nos seus respetivos países.
Para Ricardo Fontes-Carvalho, diretor do Serviço de Cardiologia da ULSGE, “a realização deste procedimento pioneiro a nível mundial mostra que Portugal, e o SNS em particular, possuem equipas de excelência, capazes de prestar cuidados de saúde ao mais alto nível na área cardiovascular. Este feito é resultado de um trabalho verdadeiramente multidisciplinar e de grande qualidade clínica”.
O primeiro doente a beneficiar da técnica em Portugal foi um homem de 82 anos, residente em Vila Real, com insuficiência mitral grave e várias comorbidades que o tornavam inoperável por métodos tradicionais.