A alimentação tornou-se um tema central nas nossas vidas. Cada vez mais, preocupamo-nos com o que comemos e essa preocupação vai muito além do simples ato de saciar a fome. A consciência sobre o impacto da alimentação na saúde, no bem-estar e até mesmo no meio ambiente tem vindo a crescer.
Estamos mais atentos à qualidade dos alimentos que consumimos e o movimento para uma alimentação saudável está mais forte, com foco em dietas equilibradas, ricas em nutrientes e que favorecem um estilo de vida saudável. As escolhas alimentares passaram a ter em conta informações nutricionais, origem dos produtos e práticas de produção. Mas, e o que bebemos?
Se olharmos para a roda dos alimentos percebemos que é composta por sete grupos, com funções e características nutricionais específicas, e que no centro se encontra a água.
E será a água toda igual? Sabemos a sua origem? Conhecemos as suas propriedades?
A resposta é: depende. Apesar de todas serem água, há diferenças substanciais, a começar pela forma como chega até nós.
As águas minerais naturais e de nascente, que chegam até nós engarrafadas, são obra da natureza. A chuva infiltra-se no subsolo, onde tem início um processo lento e complexo de filtração natural que se encarrega de eliminar os microrganismos e as substâncias em suspensão. Durante este processo subterrâneo, estas águas são enriquecidas por sais minerais e adquirem uma mineralização com as características da geologia da zona onde são captadas.
Nestas áreas são definidos por lei perímetros de proteção onde a atividade humana é condicionada e controlada, para que não sejam permitidas atividades que possam constituir fontes de contaminação ou que sejam suscetíveis que criar barreiras à recarga dos aquíferos.
É por este conjunto de razões que estas águas podem ser consumidas sem haver necessidade de que sejam quimicamente tratadas.
As águas da torneira, por sua vez, são predominantemente provenientes de rios, albufeiras e barragens. Não são potáveis na origem, razão que pela qual têm de ser submetidas a tratamentos químicos que lhes devolvem a potabilidade.
Também são água da torneira, as águas filtradas por equipamentos instalados em vários locais públicos e/ou comerciais, por vezes vendidas em restaurantes em garrafas com tampa, mas que não são hermeticamente fechadas. Situação que induz à confusão dos consumidores que são levados a pensar que estão perante águas pré-embaladas. Regra geral também não apresentam rotulagem clara com informações sobre origem (água da torneira), características e composição química.
Por outras palavras, dietas equilibradas devem incluir água mineral natural ou água de nascente. Qual? Graças à sua rotulagem é possível conhecer exatamente as características e composição de cada água engarrafada. Por isso, escolha a que melhor se adapta às suas preferências e necessidades específicas.
Quanto ao destino a dar à embalagem? Somos defensores da maximização da reciclagem de alta qualidade. Por isso, pedimos que coloque a embalagem vazia no ecoponto correspondente.
Agora que conhece melhor a origem e propriedades da água, assegure a hidratação indispensável ao organismo.
Um artigo de opinião de Francisco Furtado de Mendonça, diretor geral APIAM – Águas Minerais e de Nascente de Portugal.