De acordo com a Agência Europeia do Ambiente, cerca de 4.000 mortes prematuras por ano em Portugal são causadas pela má qualidade do ar.

Com a chegada das temperaturas altas, as concentrações de formaldeído no interior aumentam até 20 vezes e, para além disso, há um risco acrescido de incêndios, que também pioram a qualidade do ar. Por isso, é a altura ideal para considerar a importância de manter um ambiente interior saudável, livre de poluentes atmosféricos, poeiras, pólen e outros alergénios.

No verão, é comum deixar as janelas abertas, permitindo que o pó e outros poluentes se acumulem mais rapidamente dentro de casa. Além disso, a poluição interior também pode ser causada pela presença de partículas geradas dentro de casa. Atividades como cozinhar podem emitir poluentes, enquanto os produtos de limpeza e de higiene pessoal podem libertar gases nocivos.

O calor aumenta as partículas perigosas no ar

Existem investigações que mostram como as ondas de calor aumentam diretamente os níveis de partículas (PM), dióxido de azoto (NO2) e ozono troposférico presentes no ar. Além disso, quando combinadas com a humidade, as temperaturas elevadas levam à libertação de COV (Compostos Orgânicos Voláteis), como o formaldeído, um gás nocivo presente em mobiliário, colchões e paredes dentro de casa. As concentrações de formaldeído em interiores são, em média, 20 vezes mais elevadas no verão do que no inverno, dependendo das condições de temperatura e humidade interiores.

O calor também facilita a reação destes compostos entre si. Quando a luz solar reage com os óxidos de azoto (NOx) e os compostos orgânicos voláteis (COV) no ar, é gerada uma neblina fotoquímica potencialmente nociva chamada ozono troposférico.

8 dicas para um ambiente doméstico saudável

Veja em baixo 8 sugestões dos especialistas da marca Dyson.

1. Ventilar com conhecimento

É aconselhável verificar regularmente a poluição do ar exterior e as concentrações de pólen para evitar abrir as janelas quando os níveis de pólen são elevados. Por exemplo, é útil fechar as janelas de manhã cedo e à noite, tendo especial cuidado durante a época de verão.

2. Espaço sem fumos

A coisa mais importante para melhorar a qualidade do ar interior é manter a casa livre de fumo. Isto reduz a exposição a concentrações elevadas de partículas e gases nocivos. Nas casas com fumadores, as concentrações de partículas finas são duas a três vezes mais elevadas do que nas casas de não fumadores.

3. Escolher a mobília certa

Muitos produtos como tapetes e mobiliário emitem pequenas quantidades de formaldeído, um químico incolor, inflamável e com um cheiro forte, utilizado no fabrico de materiais e na produção de muitos produtos domésticos. Para além de manter as divisões bem ventiladas quando se introduzem novos móveis ou tapetes em casa pela primeira vez, seria sensato escolher pavimentos de superfície dura em vez de alcatifas, comprar móveis em segunda mão (após alguns anos, os produtos deixam de libertar formaldeído) ou procurar colchões feitos de materiais naturais, como o algodão, a lã e o látex natural.

4. Eliminar o pó

O pó da casa é uma mistura de sujidade, ácaros, pelos de animais, pólen e outras partículas como produtos químicos emitidos por móveis, aparelhos eletrónicos, plásticos e tecidos. Para o combater, podemos adotar hábitos como limpar regularmente os tapetes; colocar os sapatos num espaço perto da porta; aspirar frequentemente todo o tipo de superfícies, pavimentos e colchões com um aspirador de pó totalmente selado e com um sistema de filtragem adequado para reter eficazmente o pó.

5. Evitar produtos de limpeza potencialmente tóxicos

Recomenda-se a utilização de produtos de limpeza sólidos ou líquidos em vez de aerossóis. Também é aconselhável utilizar a menor quantidade possível de produtos e abrir as janelas durante a limpeza. Em todo o caso, a melhor forma de evitar o contacto com os produtos químicos presentes nos produtos de limpeza é não os utilizar.

6. Cuidado na cozinha

Assegurar que os aparelhos (por exemplo, lareiras, fogões e fornos) têm uma saída completamente vedada para o exterior e que são corretamente instalados, utilizados e mantidos. É também aconselhável instalar um detetor de monóxido de carbono ou outro dispositivo capaz de medir em tempo real a qualidade do ar em casa e cozinhar com eletricidade em vez de gás para eliminar emissões.

7. Evitar os espaços húmidos e a condensação

O bolor e os ácaros desenvolvem-se em ambientes quentes e escuros, como os quartos. O bolor também se desenvolve em locais frios e húmidos, como a casa de banho. Uma das medidas que podemos tomar para os evitar é ter as cozinhas, as casas de banho e os corredores sem alcatifas, uma vez que estes são frequentemente locais húmidos, o que favorece o crescimento de bolor. Também é útil fechar as portas interiores da cozinha e da casa de banho quando se cozinha e se toma banho, para evitar que o vapor entre noutras divisões, bem como abrir as janelas, utilizar um purificador de ar ou um exaustor quando se utilizam estas divisões. Por último, evite secar a roupa molhada dentro de casa ou em cima de radiadores; é preferível secá-la ao ar livre.

8. Ter em conta os animais de estimação e os seus alergénios

A caspa e o pêlo dos animais de estimação são alergénios para muitas pessoas e acumulam-se juntamente com outros tipos de pó doméstico. Medidas como manter os animais de estimação fora do quarto ou de outras divisões onde passam muito tempo, ou não permitir que se sentem ou durmam em móveis macios pode ajudar a reduzir a sua propagação. Por outro lado, não esquecer a importância de aspirar frequentemente.

De: https://lifestyle.sapo.pt