Embora sejam causadas por vírus distintos, causam sintomas parecidos o que dificulta a distinção entre elas.
Atualmente Portugal tem a maioria da população vacinada contra a COVID-19, e devido à eficácia da vacina, significa que é expectável que a maioria das pessoas que tenham contacto com o vírus SARS-coV-2 apresentem sintomatologia ligeira a moderada.
Tipicamente a constipação afeta apenas as vias aéreas superiores (nariz e garganta), as queixas surgem de forma gradual e consistem em obstrução e corrimento nasal, lacrimejo ocular, espirros, dor de cabeça e/ou garganta e por vezes dor de cabeça. Habitualmente não há febre nem sintomas sistémicos.
Na gripe os sintomas surgem de forma súbita, e para além dos sintomas da constipação apresentam ainda mal-estar geral e cansaço, dores musculares e articulares, tosse seca e febre. É habitualmente uma doença de curta duração com recuperação em cerca de 1 a 2 semanas.
Os sintomas da COVID-19 são sobreponíveis aos da gripe.
Assim, baseado apenas na sintomatologia não é possível identificar o vírus que está a provocar a doença. É necessária avaliação médica e realização de testes para conseguir identificar.
O que devo fazer se tiver sintomas? Devo ir trabalhar?
Deve ter os seguintes cuidados:
- Ficar em casa em repouso
- Como os sintomas são semelhantes deve fazer um teste rápido de antigénio, disponível nas farmácias. Se o teste for positivo deve contactar a linha de Saúde 24 e seguir as indicações que lhe forem dadas
- Manter cuidados de etiqueta respiratória e usar máscara
- Reforçar a hidratação com ingestão de água, sumos, chás
- Medir a temperatura ao longo do dia
- Necessário ter presente que na maioria das vezes estas doenças são de curta duração e são tratadas apenas com medicamentos para aliviar os sintomas, como anti-inflamatórios (exemplo: paracetamol) se tiver febre, fazer lavagem nasal para aliviar a congestão nasal. Deve evitar dar ácido acetilsalicílico (aspirina) às crianças.
- Se estiver grávida ou a amamentar não deve tomar nenhum medicamento sem falar com o médico.
- Em caso de persistência ou agravamento dos sintomas como: febre elevada, dificuldade em respirar, tosse persistente e/ou produtiva, dor de ouvido intensa e/ou saída de secreções pelo ouvido, vómitos frequentes, prostração, confusão ou desorientação mental, convulsões, deve contactar a linha de Saúde 24.
- Não deve tomar antibióticos sem recomendação médica. Os antibióticos não têm eficácia contra os vírus, não melhoram os sintomas nem aceleram a cura. Os antibióticos são utilizados apenas quando há uma complicação com infeção bacteriana.
Um artigo de Ana Castro Neves, médica imunoalergologista Clínica Lusíadas Oriente.