Secretário de Estado da Saúde encerrou fórum de debate no CHUC.
Mais de 100 pessoas participaram esta quarta-feira, 8 de março, no Fórum “Desperdício em Saúde – controlo e combate”, organizado pela Associação de Técnicos de Engenharia Hospitalar Portugueses (ATEHP) e a Revista TecnoHospital (TH) no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra. A presidir à sessão de encerramento, o Secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, saudou a elevada participação ao longo de todo o dia, sublinhando que este é um tema “mobilizador” no setor da saúde, que convoca todos os intervenientes a agir no quotidiano das instituições.
“O combate ao desperdício e a gestão eficiente de recursos é um desafio transversal a todos os sistemas de saúde” afirmou Ricardo Mestre, evocando as estimativas da OCDE que apontam para que 20% da despesa em saúde resulte de desperdícios de várias ordens, de consumíveis a gestão ineficiente.
“Numa altura em que temos o maior orçamento de sempre no SNS, superior a 15 mil milhões de euros, combater o desperdício é termos mais verbas para aplicar em melhores respostas à população”, acrescentou.
O Secretário de Estado da Saúde apontou áreas de melhoria essenciais para a promoção de maior eficiência. Desde logo ao nível da organização, quer por via de mais autonomia para as instituições quer através do funcionamento em rede, que está a ser potenciado pela nova Direção Executiva do SNS, e permite uma melhor gestão dos recursos.
A diminuição da sobreutilização sem benefício clínico, tanto ao nível das idas evitáveis às urgências mas também de consultas e exames redundantes, foi outra área apontada por Ricardo Mestre, que salientou a importância de haver informação organizada e melhores circuitos e condições para os profissionais exercerem a sua atividade. “A transição digital tem aqui um papel central e temos cerca de 300 milhões de euros no PRR reservados para intervenções nesta área. A ideia de transformação digital, que é muito visível na desmaterialização da prescrição de medicamentos e de exames, tem vantagens do ponto de vista económico, ecológico e de facilitação do acesso”, elencou, exemplificando que, atualmente, são emitidas uma média diária de 3300 receitas electrónicas.
“Este é um debate que não termina hoje, é contínuo, e por isso agradeço aos profissionais todo o trabalho que tem sido feito, com a nota de que o combate ao desperdício é uma luta que vale a pena travar”, concluiu o Secretário de Estado da Saúde. “Não vai reduzir acesso nem direitos às pessoas. Pelo contrário. Vai permitir-nos ter melhores condições para responder às suas necessidades e expectativas e, por isso, é um dever que nos mobiliza a todos”.
De: https://www.sns.gov.pt/noticias/2023/03/08/combater-o-desperdicio-na-saude/